Enquanto o governo de Michel Temer, decorrente de um golpe parlamentar, apodrece em praça pública, com vários ministros envolvidos em corrupção, a presidente eleita Dilma Rousseff tem sido ouvida com atenção na Europa, onde denuncia os ataques à democracia e aos direitos dos trabalhadores; em Lisboa, os ingressos para sua palestra se esgotaram em menos de vinte minutos; segundo Dilma, o golpe é também social, pois visa retirar conquistas históricas dos brasileiros; enquanto isso, Temer, agindo contra a vontade de 90% dos brasileiros, discute com aliados formas de salvar a classe política corrupta que golpeou a democracia.
O escritor português Miguel Souza Tavares definiu com perfeição o impeachment da presidente Dilma Rousseff, executado em 2016: “uma assembleia de bandidos, presidida por um bandido”.
Souza Tavares referia-se aos parlamentares que votaram a favor do golpe parlamentar e ao então presidente da Câmara, Eduardo Cunha, que está preso há quase cinco meses em Curitiba.