O jornal O Estado de S. Paulo publicou ontem um bom artigo de Luiz Maklouf de Carvalho sobre o que une Sergio Moro a João Pedro Gebran Neto, um juiz e outro relator no Tribunal Regional Federal da 4a. Região do processo do ex-presidente Lula. Os dois trocam elogios em livros publicados. Mas não é só que os aproxima.
O relacionamento tem raízes na Vara Federal de Cascavel, no Paraná, perto da fronteira com o Paraguai. Gebran instalou a Vara, no início da década de 90, foi juiz lá durante alguns anos, sendo sucedido por um juiz que ficou pouco tempo até que assumiu Sergio Moro, depois de servir alguns anos como substituto em uma vara previdenciária de Curitiba.
Moro foi quem conduziu correições do tempo de Gebran e, certamente, sabe do antecessor muito mais do que qualquer outro servidor público. Em sua passagem por Cascavel, Moro formou também uma equipe. A técnica judiciária Ivanice Grosskopf era seu braço direito. Quando ele foi para Curitiba assumir a vara que passaria a ser especializada em lavagem de dinheiro, Ivanice o acompanhou. Fizeram juntos o caso Banestado e estão juntos na Lava Jato. O fato de Moro ter sucedido Gebran em Cascavel não é, por si só, razão para suspeição do relator no TRF4.