O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva discursou na noite de domingo (25) no centro de São Miguel do Oeste para mais uma multidão de trabalhadores, estudantes, agricultores familiares e populares que se prepararam para receber a Caravana Lula pelo Brasil no interior de Santa Catarina. Antes do evento de encerramento da jornada, a caravana foi atacada na estrada por grupos criminosos, segundo os organizadores, que a estão perseguindo desde o Rio Grande do Sul, sem reação da polícia e das autoridades.
Antes do episódio, Lula havia visitado empreendimentos agrícolas familiares em Nova Erechim. E depois, teve o mesmo compromisso com trabalhadores de São Miguel. Ao encerrar a agenda do dia, o ex-presidente foi contundente com a agressividade dos “canalhas sem cara” que estavam atirando ovos do alto de um prédio vizinho ao ato público.
“Tem um canalha esperando que agente vá lá e dê um surra nele. A gente não vai fazer isso. Eu espero que a Polícia Militar tenha a responsabilidade de entrar naquela casa, pegar esse canalha e dar um corretivo nele. Esse cara ou é um débil mental ou não o menor apreço por qualquer ser humano. Esse canalha deveria saber que tem crianças aqui”, alertou.
O pré-candidato à presidência da República lembrou outras disputas e derrotas, com resignação. E lembrou a ideia da caravana, a partir do início dos anos 1990, como uma forma de discutir projetos para um país continental, de acordo com a realidade de cada região.
“Em andei 91 mil quilômetros de barco, de trem, de ônibus, e nunca na minha vida eu vi a cena que eu vi começar de Bagé (no dia 19). A caravana começou por lá por que eu queria conhecer a universidade que eu criei. Esses canalhas colocaram alguns tratores na entrada para que eu não conseguisse entrar. Nós entramos”, disse. “Nós saímos de lá, e em toda cidade que a gente foi, lá estavam eles.”
Neste domingo, o coletivo Advogados e Advogadas pela Democracia, no Paraná, onde a comitiva de Lula chega nesta segunda-feira, propôs a formação de uma força-tarefa contra crimes e ameaças virtuais à caravana. A ideia é catalogar catalogar os episódios de ataque e encaminhar medidas penais. “Pedimos a todas e todos que estejam atentas/os, printem as telas que encontrarem e enviem para o e-mail advogademocracia@gmail.com”, diz postagem do coletivo. “Caso conheçam o autor de postagem criminosa, gentileza nos enviar texto com nome e cidade, bem como outros dados que possam identificar a pessoa.”