O homem identificado como Thiago Pereira da Silva, acusado de agredir e ameaçar de morte a ex-namorada, foi preso por policiais militares quando se encontrava em um bar, na Avenida Litorânea, na quarta-feira (11).
Ele é acusado de descumprir medida protetiva de urgência, prevista na Lei Maria da Penha. Esta é a sexta vez que o acusado é preso por crime de violência doméstica. A vítima das agressões e ameaças é a estudante de enfermagem Jully Rêgo de Lima.
Segundo a delegada Wanda Moura, titular da Delegacia Especial da Mulher (DEM), Thiago Silva tem várias passagens pela polícia, desde 2015. Na última vez em que foi preso, Thiago ficou sendo monitorado por tornozeleira eletrônica, mas, continuou fazendo ameaças à Jully, sua ex-namorada.
“A vítima procurou a Delegacia e representamos pela prisão preventiva dele, a qual foi decretada pela Justiça e cumprida nesta quarta-feira”, diz a delegada. Ainda de acordo com a delegada, foram cumpridos dois mandados de prisão contra Thiago. Ele também foi autuado em flagrante por um novo crime de ameaça, pois, mesmo depois de preso, mais uma vez ameaçou a vítima de morte, afirmando que assim que for posto em liberdade, ele a matará.
A delegada acrescentou que Thiago é perigoso e que deve ficar preso, ficar segregado. Durante os meses (quase três meses) em que ficou foragido, ele infernizou a vida da Jully fazendo constantes ameaças, além da divulgação de fotos e vídeos íntimos de outras mulheres que se pareciam com a vítima.
“Ele divulgava para pessoas que tinham contato com a ex-namorada, dizendo que se tratava dela. Ele fazia isso como uma forma de difamá-la, de atacar a honra dela. De tanto sofrer essas agressões, Jully teve que ser encaminhada para atendimento psicólogo e tomar antidepressivos”, informou Wanda Moura.
A ex-namorada de Thiago, Jully Lima, falou publicamente sobre o caso e afirmou que até a sua família era ameaçada pelo agressor.
“Como ele não tinha mais contato comigo, ele saia ameaçando todos da minha família. Ele se passava por outras pessoas e acabava ameaçando meus pais, minha mãe, meus tios, primos e até a minha filha de 4 anos. Ele chegou a entrar no portal da minha faculdade em uma parte que só eu tinha acesso, respondeu atividades erradas e disse que faria de tudo para me reprovar. Eu fiz vários boletins de ocorrência contra ele, avisava as pessoas o que estava acontecendo e me isolava, por medo do que poderia acontecer”, relata a vítima.
Ainda segundo Jully, ela decidiu se manifestar publicamente sobre o caso para alertar outras vítimas.
“Hoje em dia, o mal das mulheres é duvidar achando que a pessoa não é capaz de fazer nada contra ela. Jamais a mulher deve ter esse sentimento de dúvida ou de desafiar uma mente doentia dessa. Eu fiz questão de divulgar a minha vida, a minha história justamente para não acontecer com outras mulheres. A internet é muito perigosa, pois, às vezes a mulher olha um cara bonitinho, legalzinho, formado, etc, e se ilude. Esse foi o meu problema, eu fui pelo papo dele e isso causou uma grande destruição na minha vida”, alerta Jully.
Ela diz que tem seu próprio negócio no ramo de vendas, mas fechou seu ponto comercial por medo das ameaças. “Vendo tudo: produtos naturais, lingerie, trabalho com lembranças de aniversário e casamentos. Há tempos, fechei meu ponto comercial por medo dele. Mas faço faculdade de enfermagem, curso de socorrista, resgatista e aeromédico”, diz ela, em contato com o blog.